Dois dos romeiros perdidos

enovelados por máscaras irresolutas

eram desprovidos da estrela guia.

Estalados ao meio fio perceberam tal cauda

de procissão em aro quarenta

freios a disco

tração nas quatro rodas

janelas abertas

rodeada por moscas azuis e vermelhas em rodopios

caterva de capacetes zimbórios

à frente, locomotiva.

Antes rua;

doravante perímetro ferro barbante

oito e meia da manhã enquanto o sol claudica

em frente ao prédio na calçada

no observatório do semáforo tal luz rodopia.

Respiração vereda de nuances sanguíneas

pedaço de madeira al dente

vil papelão desatina futuro

colchão sem forro

fino como àquele cobertor sujo

ancoradouro da fuligem cortina plástica

tantos tornozelos metrificam seis tijolos suados.

O corpo tirante coberto por pés amostra

imóvel

em sua frente sacadas cubo

trinta e cinco metros quadrados de temporada

vazio

aluguel tangente, sépia salão de dança

salão de jogos salão gourmet salão de pizza

mediatrizes em auto cade

entretanto, não há corpo no auto cade

está ali! O corpo junto ao colchão.

O senhor não gostaria de ir até Santana?

Procissão rodeia o mantra

convite como se tumor fosse

estalo férrico do chicote no concreto

mas tumor não é convite

é avesso dos pés; não é gente

e aí não tem tumor - tem gente.

Se as preocupações são buzinas de cartesiano encarnado

rodar o rosto é reflexo fenótipo

um trem desgovernado não passa de cotidiano

enquanto relances dos olhares o transformam em miragem.

Cabeças cobertas por televisões de celuloide

entretidas pela programação dos túneis

entremeiam-se aramidas raiom

suspiram borracha butílica.

Esses comboios passam hora em hora

ponteiros específicos e pré determinados

punhal bola de ferro prende o reflexo oco

o voo dentro dum cubo escuro

trem de toras empilha pessoas presas

no centro-oeste paulista

destino Chelmno, escalas Jaú e Barretos.